O presidente Vladimir Putin ordenou a entrada de tropas russas na Ucrânia, mas deixou claro que seu alvo vai além do país vizinho, e ameaçou consequências severas para aqueles que interferirem.
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Em um discurso nesta quinta-feira (24), Putin lembrou ao mundo que a Rússia “continua sendo um dos estados nucleares mais poderosos” com “uma certa vantagem em vários armamentos.”
Com efeito, o discurso de Putin, destinado a justificar a invasão, parece quase ameaçar uma guerra nuclear. No contexto do arsenal nuclear da Rússia, Putin disse:
“não deve haver dúvidas de que qualquer agressor em potencial enfrentará derrota e consequências severas se atacarem diretamente nosso país.”
O presidente Biden, que disse que Putin “escolheu uma guerra premeditada que trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano”, disse que nenhuma tropa americana será enviada à Ucrânia. Seus aliados europeus adotaram a mesma posição.
“Deixamos claro que não temos planos e intenção de enviar tropas da Otan para a Ucrânia”, disse Jens Stoltenberg, secretário-geral da aliança, nesta quinta-feira.
Ainda assim, a história demonstrou que as guerras europeias envolvendo uma grande potência global podem sair do controle.
Para Putin, a invasão de um país maior que a França, com uma população de 44 milhões, representa uma aposta de alto risco, além de qualquer uma de suas aventuras militares anteriores. É fácil começar guerras, muito mais difícil pará-las. As sanções econômicas do Ocidente, que já estão entrando em vigor, serão severas, e a resistência da guerrilha ucraniana de longo prazo a qualquer presença russa parece certa.
Putin concluiu claramente que a disposição da Rússia de usar suas forças armadas para avançar em seus objetivos estratégicos não será respondida pelos Estados Unidos ou seus aliados europeus.
“A Rússia quer insegurança na Europa porque a força é seu trunfo“, disse Michel Duclos, ex-embaixador francês. “Eles nunca quiseram uma nova ordem de segurança, quaisquer que fossem as ilusões europeias. Putin decidiu há algum tempo que o confronto com o Ocidente era sua melhor opção”.
Fonte: The New York Times