No mundo vibrante e visualmente deslumbrante dos animes, poucos fãs têm conhecimento dos desafios enfrentados pelos artistas e animadores que dão vida a séries populares como Jujutsu Kaisen e Chainsaw Man. Recentemente, um olhar mais atento aos bastidores do estúdio MAPPA revelou uma realidade preocupante, marcada por prazos apertados e pressões intensas.
Shinsaku Kozuma, um artista associado ao estúdio, quebrou o silêncio sobre as dificuldades encontradas durante a produção de Jujutsu Kaisen. Em uma rara demonstração de franqueza, Kozuma compartilhou em suas redes sociais que os prazos eram incrivelmente exigentes, a ponto de afetar a qualidade do trabalho entregue. “O tempo para criar era limitado, e isso refletiu no produto final”, disse ele, destacando uma questão que muitos na indústria preferem manter em segredo.
A situação não foi diferente para Chainsaw Man, outra série de sucesso do estúdio. Kozuma expressou sua frustração com a primeira temporada, afirmando que o resultado não correspondia à visão original da equipe. “Essa não era a Chainsaw Man que queríamos criar”, revelou, apontando para a discrepância entre a arte que os animadores desejavam produzir e o que foi possível dentro das restrições de tempo.
Além disso, outros animadores do MAPPA se manifestaram sobre as condições de trabalho, descrevendo-as como abusivas. Com salários abaixo do esperado e uma carga de trabalho excessiva, a equipe se viu obrigada a mergulhar na produção da segunda temporada de Jujutsu Kaisen sem um intervalo adequado, exacerbando o estresse e a insatisfação.
Esses relatos são um lembrete sombrio de que, por trás das cenas coloridas e das narrativas envolventes, existe uma força de trabalho que luta para manter o equilíbrio entre a paixão pela animação e as demandas de um mercado cada vez mais competitivo. A indústria de anime, conhecida por seus cronogramas implacáveis e expectativas elevadas, precisa reconhecer e abordar essas questões para garantir não apenas a satisfação de seus talentosos artistas, mas também a sustentabilidade de sua própria produção criativa.
Este artigo é um chamado à reflexão sobre as práticas de trabalho na indústria de animação e um apelo por mudanças que valorizem aqueles que são a verdadeira alma dos animes que tanto amamos.