Os embriões humanos editados por genes estão oferecendo novos estudos sobre os primeiros estágios de desenvolvimento e podem ajudar a reduzir o risco de aborto espontâneo no início da gravidez. Em um novo estudo, pesquisadores da Francis Crick Institute no Reino Unido usaram CRISPR Cas9 para bloquear um gene (conhecido como OCT4) em embriões humanos. Ao interromper o funcionamento, os pesquisadores viram que já não produzia a proteína resultante (também chamada de OCT4). Como resultado, os embriões humanos deixaram de se unir ou crescer o suficiente. Suas descobertas, publicadas na revista Nature, ilustram a importância do gene no desenvolvimento humano.
Geralmente, esse tipo de estudo é conduzido em camundongos, que são mais fáceis de encontrar e levam menos considerações éticas. Mas, neste caso, os cientistas derrubaram o gene em 41 embriões humanos doados por casais que sofreram adubação em vitro (FIV). Os pesquisadores afirmam que o interruptor permitiu que eles destacassem as principais diferenças entre o papel do OCT4 em modelos humanos e de camundongos. A equipe espera que suas descobertas possam ajudar os cientistas a entender melhor por que algumas mulheres sofrem mais abortos espontâneos do que outras. Além disso, o estudo também pode aumentar a taxa de procedimentos de FIV bem sucedidos.
Esta não é a primeira vez que os cientistas usaram embriões humanos. No início deste ano, uma equipe de pesquisadores da Oregon tornou-se a primeira a usar a tecnologia CRISPR para cortar genes que causam doenças hereditárias em seres humanos. Antes disso, cientistas da China utilizaram a técnica para consertar um gene que pode causar uma transtorno fatal no sangue.
O novo estudo está sendo saudado como um primeiro passo convincente. “Ficamos surpresos ao ver o quão crucial é este gene para o desenvolvimento de embriões humanos, mas precisamos continuar nosso trabalho para confirmar seu papel”, disse Norah Fogarty, do Instituto Francis Crick, à CNN. “Outros métodos de pesquisa, incluindo estudos em camundongos, sugeriram um papel posterior e mais focado para OCT4, então nossos resultados destacam a necessidade de pesquisa de embriões humanos”.