O acompanhamento de pequenas mudanças na gravidade quando um terremoto atinge pode nos trazer valiosos minutos de vida, de acordo com um novo estudo publicado na revista Science. Revisitando os dados do enorme terremoto no Japão de 2011, os pesquisadores indicam que as mudanças na gravidade poderiam ter dito às pessoas a escala do terremoto três minutos após o início. As descobertas surgem em um estudo separado (apresentado na reunião anual da Sociedade Geológica da América) que teorizou que 2018 teria um aumento nos terremotos, devido a uma ligeira desaceleração da rotação da Terra.
Pesquisas anteriores mostraram que o tremor de magnitude 9.0 Tohoku que atingiu o Japão em 2011 foi suficientemente poderoso para alterar ligeiramente a atração da gravidade da área afetada. No terreno (onde as mudanças gravitacionais são quase imperceptíveis), demorou 3 horas para que a Agência Meteorológica do Japão avaliasse seu tamanho verdadeiro, depois de estimar inicialmente a magnitude 7,9.
O novo estudo sugere sinais de gravidade, que viajam a mais de 185 mil milhas por segundo, foram mais evidentes nas estações de monitoramento entre 1.000 e 2.000 km do epicentro do terremoto. A essa velocidade, os sinais tiveram tempo suficiente para serem gravados antes das ondas sísmicas assumirem.
O maior terremoto registrado no Japão, o evento de Tohoku desencadeou um tsunami que resultou em mais de 15 mil mortes e causou o colapso da usina Fukushima Daiichi – cuja limpeza em curso é estimada entre 30 a 40 anos. Todavia, ainda não estamos mais perto de prever terremotos, os pesquisadores afirmam que (com revisão) seu método deve funcionar para detectar terremotos de magnitude 8,5 ou maiores, que são suficientemente grandes para gerar sinais de gravidade mensuráveis.
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