Enquanto alguns enxergam a programação e robótica como um hobby ou disciplinas futurísticas, especialistas afirmam que o ensino dessas habilidades deve começar cedo. Saiba mais!
Se a Geração Y viveu a transição do mundo convencional para a realidade digital e teve que estudar para entender como este universo funciona, os Centennials, ou Geração Z, já cresceu neste meio e as facilidades tecnológicas lhes são fundamentais. Tanto é que ter acesso, compreender sua lógica e construção é cada vez mais comum e não faltam exemplos de programadores muito jovens nas redes.
Eles já sabem que, em um futuro muito próximo, a falta de letramento digital será equivalente ao analfabetismo de hoje.
Realizado pelo Fórum Econômico Mundial, o relatório 2020 sobre o futuro das profissões confirma a tendência. Na lista das 20 profissões em alta no mundo, 12 estão relacionadas diretamente ao setor de tecnologia. No Brasil, o ranking é:
⦁ Especialistas em inteligência artificial e machine learning
⦁ Analistas e cientistas de dados
⦁ Especialistas em internet das coisas
⦁ Especialistas em transformação digital
⦁ Especialistas em big data
⦁ Analistas de gestão e organização
⦁ Especialistas em estratégia e marketing digital
⦁ Gestores de projetos
⦁ Especialistas em automação de processos
⦁ Gestores administrativos e de business services
Aceleração
Aceleração da digitalização
A implementação de ferramentas tecnológicas, que já era uma realidade experimentada em 2019, teve seu processo consideravelmente acelerado pelos reflexos da Covid-19. Em resposta à pandemia, aproximadamente 84% das empresas entrevistadas pelo FEM aceleraram a digitalização de processos de trabalho, 83% promoveram oportunidades de trabalho remoto e 50% aceleraram a automatização das tarefas. Em terras brasileiras o impacto foi ainda maior, chegando a 92%, 88% e 68%, respectivamente.
Citados em uma matéria publicada pela CNN Brasil, dados do FEM ressaltam que até 2025 a tecnologia pode significar 150 milhões de novos postos de trabalho no mundo. Sendo que ainda haverá ocupações tradicionais transformadas em ‘empregos de tecnologia’, fazendo das habilidades digitais requisitos obrigatórios para estas posições.
Enquanto cloud computing, big data e e-commerce permanecem com alta prioridade para os líderes de negócios, o crescimento de interesse em encryption, robôs e inteligência artificial extrapola os limites das empresas de tecnologia e promete ser o futuro em praticamente todas as áreas do mercado.
Se há alguns anos os profissionais em robótica, programação e games eram resultados de crianças que tinham estas atividades como hobby, agora as competências digitais são tão relevantes que passaram a ser ensinadas e incentivadas nas escolas.
Programação e robótica como parte da Base Nacional Comum Curricular
O letramento digital faz parte das diretrizes da educação brasileira definidas pela Base Nacional Comum Curricular. Na prática, isso quer dizer que qualquer estudante brasileiro deve ter acesso à aprendizagem e desenvolvimento de competências digitais.
O objetivo é prepará-los não apenas para conseguirem utilizar ferramentas tecnológicas, mas inclusive manipulá-las, superar desafios e criar soluções para problemas complexos através delas. Isso se consegue ao trabalhar a parte técnica em conjunto com criatividade, raciocínio lógico, inteligência emocional, trabalho em equipe, cibersegurança e comunicação verbal, física, visual e acústica na linguagem digital.
Através de diferentes plataformas, alunos de todas as idades estão aprendendo a desenvolver jogos, criar suas próprias histórias interativas, animações, aplicativos móveis, websites e sistemas. Quando utilizadas de maneira adequada, essas habilidades trazem benefícios para toda a sociedade.
Um exemplo é a aplicação das ferramentas de programação e robótica para gerar acessibilidade.
A tecnologia como janela para o desenvolvimento e acessibilidade
Uma matéria publicada pelo Cenário MT mostra como o incentivo às habilidades digitais pode contribuir com a inclusão social e melhora da qualidade de vida. O programa de abrangência nacional “Ideias Brilhantes MCTI – Inovações para a Tecnologia Assistiva”, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações em conjunto com escolas públicas e particulares, promete envolver alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental no mundo da informática e do empreendedorismo.
Os jovens aspirantes a cientistas serão desafiados a aplicar as competências digitais para a criação de soluções simples de tecnologias assistivas que auxiliem na mobilidade, orientação e habilidades funcionais de pessoas com deficiência. Durante um mês, alunos e professores atuarão em equipe para desenvolver uma ideia e divulgar os temas relacionados a ela para toda a escola.
No final, os projetos serão avaliados e premiados a nível social. E, quem sabe, inspirem os profissionais do futuro a utilizar todas as ferramentas e conhecimento tecnológico para fazer a diferença.