Desde 2020, empresas do setor de tecnologia têm realizado oferta de ações na bolsa. O Brasil possui mais de 14 mil startups, localizadas em cerca de 700 municípios, segundo dados da Associação Brasileira de Startups (Abstartups).
Os números mostram um crescimento expressivo do modelo de negócio nos últimos anos e apontam expansão para o futuro. Nessa trajetória de crescimento, há empresas que chegaram à Bolsa de Valores (B3) e tornaram-se alternativas para os investidores.
A definição de startup é dada às empresas de base tecnológica com alto potencial de crescimento, em virtude de uma cultura de inovação capaz de tornar os produtos e serviços escaláveis.
De acordo com a Abstartups, entre 2015 e 2022, o total de startups no país mais do que triplicou, passando de 4.100 para os atuais 14.065. O Sudeste é a região que concentra a maior parte dos empreendimentos (53,2%), seguido de Sul (23,6%), Nordeste (13,1%), Centro Oeste (5,1%) e Norte (5%).
Segmentos de destaque
As fintechs, startups que oferecem soluções tecnológicas e inovadoras para o setor financeiro, são o modelo de negócio com maior presença no ecossistema nacional, correspondendo a 21% das empresas.
Também são destaque as edtechs, que têm foco no setor da educação; as healthtechs, que direcionam a inovação para a área da saúde; as retailtechs, que trabalham para a transformação do varejo; e as agrotechs, que desenvolvem soluções tecnológicas para o agronegócio.
Rumo à B3
Em 2020, foi realizada a primeira Oferta Pública Inicial (IPO) de uma startup brasileira na Bolsa de Valores (B3). Segundo a instituição, desde então, outras empresas passaram pelo processo.
O interesse dos investidores por negócios com alto potencial de crescimento motivou mais empreendedores a seguirem o mesmo caminho. De acordo com a B3, no ano de 2021, do total de IPOs realizadas, 24% foram de startups.
Em meio à expansão da oferta, a orientação para os investidores é a mesma para qualquer tipo de investimento: buscar informações sobre os ativos. A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) reforça que, ao adquirir ações, o investidor torna-se acionista do negócio e, por isso, é necessário conhecê-lo de forma aprofundada.
Também é válido consultar um agente autônomo de investimento (AAI), que atua diretamente nas corretoras. Mas antes, é recomendável buscar o máximo de informações: AAI o que é, o que faz, como atua e qual suporte pode oferecer ao investidor.
Investimentos chegam a US$ 4,45 bilhões
Estudo realizado pela plataforma Distrito identificou que as startups brasileiras receberam o equivalente a US$ 4,45 bilhões em investimentos ao longo do ano passado. A cifra é mais um dado que revela a potência do setor.
Há diferentes formas de investir em uma startup. O investimento direto, em que o interessado oferece o recurso financeiro em troca de uma participação acionária, é um dos mais conhecidos. Quem investe recebe a alcunha de “investidor-anjo”.
As plataformas de crowdfunding também se popularizaram nos últimos anos como um modelo alternativo de investimento, no qual várias pessoas podem investir em startups pagando quantias menores. Há, ainda, a alternativa de investir em fundos de venture capital, que oferecem retorno no longo prazo.
Com a chegada das startups à B3, a expectativa é de expansão dos investimentos e do número de investidores.
Atenção aos riscos
O alto potencial de crescimento das startups é o principal atrativo para os investidores, que podem lucrar com a valorização do negócio. No entanto, é necessário salientar que a compra de ações também envolve riscos.
Esse tipo de ativo integra a modalidade renda variável, que pode oportunizar maior rentabilidade, mas também confere mais riscos. A Anbima alerta que as ações possuem alta volatilidade e, dependendo das variações do mercado e do momento vivido pela empresa emissora dos papéis, podem ter baixa liquidez.